Cicatrizes Psíquicas. Você sabe o que é?

Utilizamos normalmente em nosso vocabulário a palavra cicatriz, para se referir a alguma coisa que marca. Quer seja por marcar a nossa pele, quando sofremos uma queda, uma cirurgia, ou qualquer outra situação. Usamos ainda esse termo, cicatriz, por marcar algum acontecimento passado em nossa vida. De modo geral, cicatrizes não são boas não é mesmo?

Não nos referimos sobre um nascimento de uma criança extremamente saudável e linda, dizendo que ficou uma cicatriz, pois foi um evento bem sucedido, feliz. Eis abaixo algumas situações que poderíamos nos referir como sendo uma cicatriz:

• Um assalto a mão armada;
• A retirada de útero ou de uma mama, para as mulheres...claro;
• A perda de um bebê, por aborto espontâneo;
• A perda de um ente querido;
• Um acidente automobilístico;
• Casos de estupro ou abuso sexual;

São todas essas situações que não desejaríamos passar outras vezes e nem desejaríamos ao próximo.

Esses acontecimentos desagradáveis podem na maioria das vezes, nos trazer conseqüências físicas extremamente desagradáveis.

Em Auriculoterapia Francesa, chamamos de Cicatrizes Psíquicas, essas desagradáveis situações, choques emocionais que abalam e traumatizam com grande impacto o sistema psicológico e conseqüentemente, o sistema físico.

Podem vir a instalar-se enfermidades diversas, afetando de diferentes formas o funcionamento orgânico e sistema músculo-esquelético desse paciente. Mas quais conseqüências podem estar relacionadas com traumas ocorridos muitas vezes na infância de determinadas pessoas?

Alguns pacientes fazem relação direta com algum trauma recente ou não, dizendo que determinadas situações deram-se imediatamente após o trauma, como por exemplo uma forte enxaqueca, ou uma gastrite.

Já outros sintomas não são associados diretamente ao trauma, mas a verdade é que esse trauma foi responsável, pela instalação desse ou desses sintomas:

Alguns sintomas normalmente associados com Cicatrizes Psíquicas podem ser:

• Enxaquecas;
• Gastrite;
• Rinite;
• Sinusite;
• Obesidade;
• Quadros de dor;
• Depressão;
• Perda de mobilidade;
• Perda da auto-estima;
• Afasia (perda ou alteração da capacidade de falar ou de compreender a linguagem escrita ou falada);
• Fibromialgia;
• Entre outros.

Segundo minha querida professora Rose Bissiato, se fizermos um comparativo, nossa vida é como um grande armário. Esse grande armário possui diversas gavetas, onde cada gaveta é um dia de nossa preciosa existência. Consideremos então, que cada dia que se passa, é uma gaveta que se fecha. Que bom fosse se a cada gaveta fechada, tudo estivesse em seu devido lugar, não é mesmo?

Mas infelizmente, não é isso que acontece. Assim, podem existir 3 situações distintas:

1.) A gaveta fechou-se e tudo está em seu devido lugar: Maravilhosos! ;

2.) A gaveta é fechada mas algumas coisas não foram boas, ficaram fora do lugar, ou mesmo tudo ficou fora de lugar: Acontece que isso não te fez mal algum. Mesmo a gaveta tendo sido fechada com coisas por acertar, você virou as costas e isso não te afetou em nada.

Mas existe uma terceira situação, aliás, a pior delas..

3.) A gaveta foi fechada, coisas ficaram por acertar e além disso, mesmo com a gaveta fechada,um pedaço de retalho, grande ou pequeno que seja, ficou para fora da gaveta, te lembrando o que há lá dentro: Você não tem coragem de abrir a gaveta desarrumada e acertar aquilo que te fez e que tem te feito mal a tanto tempo, traduzindo-se assim em problemas fisiológicos.

Convenhamos que a maioria de nós trazemos algumas coisas que precisam ser acertadas uma hora ou outra e que nem todas as nossas gavetas estão arrumadinhas como deveriam.

Com a ajuda das agulhas, em Auriculoterapia Francesa conseguimos trazer à memória do paciente traumas existentes em sua vida e de maneira natural fazê-lo trabalhar aquilo que precisa ser aceitado e esquecido, fazendo com a gaveta da situação 3, possa ser como a gaveta da situação 2, ou seja, mesmo bagunçada, eu não quero que ela me traga prejuízos físicos. Quem sabe ainda como a da situação 1, uma gaveta harmoniosa e sem bagunça alguma.

Dentro do tratamento, precisamos esperar o momento certo, definido pelo próprio paciente, onde ele próprio esteja disposto a colocar cada coisa em seu lugar, dentro de cada gaveta. Isso pode levar semanas, como pode haver resposta positiva logo na primeira sessão.

O sucesso do tratamento é compartilhado pelo próprio paciente, que relata a melhora em seu quadro e em suas queixas correlacionadas ao problema por ele tristemente vivenciado. Aquilo que fazia mal ao indivíduo agora é olhado com outros olhos, como sendo algo passado que não deverá mais influenciar no presente.

Dentro da Fisioterapia, procuramos sempre olhar para o paciente como um todo. Não somos formados apenas por um membro, que apresenta determinada dor, mas temos uma mente que carrega experiências desagradáveis e frustrantes. É necessário cuidar da mente, assim como das outras partes que compõem o corpo, para que não tenhamos conseqüências ruins causadas por não termos a coragem e a quem sabe a ousadia de arrumarmos a gaveta que está uma verdadeira “balburdia”...

Se identificou com alguma das situações descritas? Há dúvidas? Me escreva fazendo a sua pergunta e tirando a suas dúvidas.

Grande abraço e até o próximo Post.

Ft. Jurandyr Freitas Junior

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